Sunday, July 09, 2006


Restituição
O que realmente perdemos que mais precisa ser restituído?

Um dia desses, eu estava pensando sobre uma grande questão que tem intrigado muitos irmãos do nosso tempo, e provavelmente os irmãos dos tempos passados. Por que muita gente, que sabemos ter a presença de Deus, não ouve a voz audível do Espírito Santo? Existe uma questão de sensibilidade. Parece que o nosso tempo tem oferecido tanta atividade, podemos dizer que o nosso tempo é “barulhento” demais, e não conseguimos ouvir. Muitas coisas têm impedido que a voz de Deus chegue aos nossos ouvidos. Aqui neste artigo quero expressar o resultado da minha observação e o que creio que Deus tem me falado em relação a uma destas circunstâncias.

Como perdemos a sensibilidade

Esmoreceu a inocência - Uma grande razão que temos perdido esta sensibilidade é a condição que tem sido impregnado em nossos corações desde nossa infância. Não é verdade que quando a gente é criança a gente tem uma noção melhor do que é certo e o que é errado? Muitas vezes a gente toma cuidado com crianças para não falar palavras mais grosseiras e fazer certas coisas ou insinuações perto das crianças para não chocar com a sua inocência. Isto é porque no fundo sabemos que a criança tem uma consciência mais vívida do que a dos adultos. Você se lembra de alguma vez, quando era uma criança, em que você se sentiu mal por fazer algo, que hoje não te afetaria mais? Com certeza a nossa consciência degenerou. O Espírito Santo fala aos nossos corações no mesmo sentido em que se apresenta a nossa consciência. Ambos, se não são atendidos, acabam se tornando parte do plano de fundo da nossa mente e das nossas vidas. E como já existem muitas coisas neste plano de fundo, é difícil buscar e resgatá-los novamente. Acabamos chegando a um ponto (e a profundidade deste ponto é relativo para cada individuo) onde o nosso senso do certo e errado não é medido por um princípio ou um fundamento e sim por aquilo que é aceitável em nosso meio de convivência e aceitável para a sociedade. Pelo fato que a sociedade não tem base fundamental que controla os seus conceitos, ela não pode ser a meta para o certo e errado para um indivíduo. Indivíduos precisam obter em seus corações e em suas mentes, um padrão de moral para estabelecer os princípios pelos quais irão levar as suas vidas. Um Cristão fará que a sua referência seja Cristo, e que o seu padrão de moral seja a palavra. E para que a palavra seja o seu padrão, para que seja realmente implantada em nossas vidas, tem que ser revelada aos nossos corações. Quem revela a palavra aos nossos corações é o Espírito Santo.
João 14:26 “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.
I Coríntios 2:4 “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder”.

Consciência vs. A voz do Espírito – eu gostaria de ressaltar que existe uma diferencia entre a consciência e o Espírito Santo. O Espírito Santo não culpa o homem do pecado, ele convence. A culpa é algo que você carrega para condenação. A convicção do pecado é trazido pelo Espírito Santo e plantado em nossos corações para que sejamos levados para o arrependimento. A consciência é algo que temos em nosso raciocínio moral para nos auxiliar em nossas decisões morais. Esta consciência nos ajuda perceber as conseqüências das decisões e atitudes. A consciência nos ajuda a evitar conflito com pessoas. E no fundo, a consciência nos dá um entendimento do certo e errado. Esta consciência pode ser (e tem sido amplamente) deteriorada por influência de cultura e por falta de referências positivas morais. Estas referências incluem nossos pais, avós, tios, os lideres, professores, e muitas outras figuras de grande influência na formação de um individuo. A falta ou má representação, e o mau exemplo destes, causam que as pessoas ignoram a consciência natural até que ela simplesmente deixa de existir. Por causa de uma cultura ímpia e agressivamente corrompida e desequilibrada, esta consciência está sendo entorpecida cada vez mais cedo, e crianças cada vez mais novas estão perdendo a sua inocência.
Tempo não dissipa a culpa só a entorpece – Às vezes a gente se engana por causa deste fato de que a nossa consciência está se corrompendo. O engano principal é que o tempo perdoa os pecados. A única garantia de que seus pecados serão perdoados está em se humilhar, confessar que pecamos e pedir perdão a Deus pelo pecado cometido. I João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Atos 3:19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor”. O tempo só permite que as nossas almas se acostumem com a condição de culpa e não nos incomodamos mais. Um dia eu estava tomado por lembranças de pessoas que deixei feridas durante a minha adolescência, eu não havia resolvido estas questões nem com estas pessoas e nem com Deus. E o Espírito me levou a entender que mesmo que eu já não me incomodava a muito tempo, eu ainda não havia me arrependido e ainda não havia concertado diante de Deus. Irei falar mais sobre isto para o final deste artigo, quando tacarmos no assunto de arrependimento. O ponto principal de se atentar aqui é que perdemos mesmo a nossa sensibilidade, tanto ao Espírito santo quanto à nossa consciência.

Como restaurar a nossa sensibilidade

A presença manifesta do Espírito Santo - Tito 3:5 “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”. Existem muitas coisas mostradas na palavra, que o Espírito Santo traz através Sua presença. Muitas coisas mudam em nosso interior. A própria essência dos nossos atos são transformadas para espelhar o caráter e a pessoa de Jesus. Gálatas 5:22 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”. Precisamos buscar uma manifestação da presença do Espírito Santo para trazer o que vemos nestes trechos de Tito e Gálatas, e estas coisas relativas á sensibilidade são, “regeneração” e “renovação” e a transferência da graça de Cristo, e os frutos do Seu caráter e da Sua presença. Em Tito 3:5 diz: “...segundo a sua misericórdia...” A misericórdia de Deus tem que ser ministrada em nossos corações. Temos que buscá-la, e está disponível para nós, pelo Espírito Santo! O maior milagre, e a principal evidência da presença Dele é a mudança em nossos corações, o arrependimento.

Temor e transparência -
"SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa; Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles! Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo. Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue. Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão. Não odeio eu, ó SENHOR, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. (Salmos 139)

Este Salmo começa assim:
SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

TEMOR
A primeira palavra que entra em nossa mente quando alguém pergunta ‘O que significa temor?’; é medo. Creio que o temor do senhor não é medo de Deus. Se não for medo... O que é? Primeiro pare para pensar: de toda a palavra, em toda forma que se vê o caráter de Deus, em todo lugar que você vê deus relacionando com Ele, você capita uma idea ou o entendimento que Deus quer que tenhamos medo Dele? A bíblia usa termos como “Pai” e “Criador”. Quando se vê um criador, de uma peça de arte ou algo assim, e este autor fica sempre perto de sua criação, sempre vigiando e protegendo e aprimorando a sua obra, o que você pensa que ele sente em relação à sua criação? Será que isto não indica uma afinidade peculiar para com tal obra? Pois Deus é assim conosco. Quantas vezes na palavra a gente vê o interesse de Deus em cuidar e manter e aprimorar as nossas vidas. Como Pai ou como Criador, isto nos prova que Ele ama a sua criação e quer o melhor desta Criação. Deus faz algo muito além de cuidar de uma obra que Ele criou... Ele mesmo se tornou parte integrante de sua criação. Esta Criação depende de Sua participação e presença para existir.
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
(Atos 17:28)


Sabemos que Deus vê tudo, Ele presencia tudo em nossas vidas... Ele presencia. Ele não quer que tenhamos medo Dele, ele quer que nos aproximemos Dele. Em “temor a Deus” Só existe um medo: o medo de ferir o coração do nosso Deus. Então o que é temor? Temor é saber que Deus vê todas as coisas, e por isto procedemos com diligência e cuidado, não para sermos atingidos com relâmpago, mas para não entristecer aquele que está vendo. Deus não é um mito grego que assenta sobre as nuvens esperando alguém cair para que possa tacar relâmpagos e derramar a sua ira. Se você tem filhos ou já amou uma criança você sabe como isto acontece. Seu filho anda em um lugar que é perigoso, você o protege. Quando está aprendendo andar você o vê caindo, você enruga a expressão torcendo para que ele seje bem sucedido em sua tentativa. Se cair, você quer ajudá-lo a se levantar. Se machucar, alguns pais até choram de dó. Se desobedecer, você o corrige. Tudo isto porque você o ama. Deus preserva aqueles que o ama e o recebe.

No caso de um filho rebelde, que já tem idade e maturidade de arcar com conseqüências dos seus atos, O pai espera que o filho volte. Quando o filho se machuca, o pai sofre, mas não o acolhe. Sabe que se o acolher o filho será encorajado a errar, ele sabe que o pai cuida das conseqüências. Então o filho não aprende com seus erros. Um pai sensato espera o filho chegar a um lugar de desespero, onde ele entende que não é capaz de se cuidar independente do seu pai. Ai o pai usa a própria dor do seu filho para que ele possa se fortalecer e resolver nunca mais retornar a esta condição.

Quando o pai deixa o filho sofrer, isto diz que ele não o ama? Será que o pai não sabe o que o filho passa? Será que o pai não tem compaixão? O amor do pai é maior do que aquela situação. É tão grande que o pai suporta a dor de permitir voluntariamente que seu filho sofra, porque sabe o sucesso que isto traz para seu futuro. Existe um amor maior, ou satisfação maior do que um pai querer ver o seu filho ser bem sucedido? O pai sabe que: Se o filho não cair, não irá aprender andar. Falhar e fracassar é o processo de aprender acertar e ser bem sucedido. O pai agüenta o fracasso por que sabe que o sucesso segue de perto.

Vamos agora parar de pensar como pais e voltar à ótica de um filho. O filho nunca entende o que o pai está fazendo. Se ele soubesse mesmo, a lição seria desnecessária. É justamente por falta deste entendimento que ele necessita fracassar para depois acertar. Nós nos encontramos nesta condição. Não compreendemos o que deus está fazendo. E toda vez que pensamos que sim, nos damos mal. Estas lições são para que possamos sir da nossa ignorância e entrar na revelação de Deus. Isto é impossível se não adquirimos temor. O temor nos leva ser mais sensíveis ao que Deus está passando ao nos ver. “Não... não... filho não vá por ai.... Cuidado com aquele... ai, ai, ai, machucou? Você está bem filho?” Então o respondemos: “Ah pai, eu sei fazer isto... espere que te mostre...”

Isto parece ser a realidade? Percebe-se que esta atitude é voltada a mostrar a Ele o que podemos e não podemos fazer. Jesus nós mostrou que devemos buscar do Pai, para saber o que Ele quer que façamos. Ele ainda sabe melhor do que nós. Mesmo se tenhamos anos de evangelho; mesmo que saibamos teologia; mesmo que vivamos um chamado ou tenhamos experiência. Algo tem que mudar. Nós somos inadequados para decidir onde estamos no Senhor. Somos Filhos ignorantes e rebeldes que precisam de revelação de como estamos errando ou acertando nele.

Temor é: saber que Deus vê tudo e agir de acordo, com um desejo profundo de alegrar o coração de Deus, e não de entristecê-lo.

TRANSPARÊNCIA
Transparência é outra coisa que não abraçamos com muita facilidade. Hoje em dia é muito fácil ser “benção” Você já viu um pastor apontar para alguém de sua congregação e dizer: “Esse rapaz (ou esta moça) é uma verdadeira benção”? Quantas vezes estas pessoas surpreendem todos com a descoberta de um pecado “grave” ou oculto como uma vida promíscua, ou problemas sérios de caráter? Para ser benção neste século, basta agradar o olho publico; Vestir como querem; alar como querem; pregar bonito; cantar bonito; freqüentar fielmente as reuniões; atender o pastor ou os demais quando for chamado. Mas nos intervalos uma “benção” destas pode fazer o que bem quer... ai é que tá!

Se alguém perceber algo, ele poderá até pedir perdão! Isto ainda não mostra um verdadeiro coração de transparência ou temor. A maioria se arrepende mesmo por medo de perder o pouco de consideração que resta depois de tal eventualidade. Sabemos que arrependimento assim não é arrependimento. Deus não tá nem ai para o que as pessoas pensam de você. Ele não precisa de tal conceito para te ver. Antes de você ser descoberto pelos homens, Ele te viu, Ele tinha um óculo com a vista perfeita de você no momento em que você se comprometeu. Quando você peca, você dá uma olhada em sua volta para verificar que ninguém está vendo. Mas você é ignorante deste óculo invisível a você. Quando é assim, nós não somos servos, ou qualquer outra coisa, de Deus porque estamos tentando agradar apenas o homem e não estamos nem ai para o que o nosso pai está passando por nós.

Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
(Gálatas 1:10)

A pessoa que permanece assim é imprestável. Espere James! Imprestável? É isto que a palavra nos diz.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. (Mateus 5:11-13)
Aqui vemos que as pessoas não estão voltadas a serem recebidas ou aceitas pelos homens. São até mesmo pisadas por eles. Só terão algo para oferecer assim. Senão for assim, serão insípidas e para nada mais PRESTA senão para “se lançar fora, e ser pisado pelos homens”.

O que fazer em relação a tudo isto?
Resposta: Arrepender!


O que é arrepender-me? A palavra em si vem do Grego que significa “inverter a direção”. Se antes eu escondia meu pecado, então agora eu exponho e confesso. Se antes eu fazia as coisas que agradava aos homens, agora eu faço o que agrada a Deus. Se antes eu tinha medo dos homens, agora não tenho medo mais, e passo a ter temor a Deus.

Para melhor aprender o que é verdadeiro arrependimento, devemos observar o arrependimento inadequado que tem sido praticado entre os homens. Eu chamo este tipo “arrependimento circunstancial”.

Vamos ver: Um homem tem um montão de pecados em sua vida, mas não o sabe! Ele não recebeu o ensinamento para saber a condição de sua alma. Ele é cobrado muito, tem que vestir da maneira X, tem que mudar a linguagem, tem que estar nas reuniões certas, tem que decorar alguns versículos chaves. Sempre é bom conhecer as escrituras. Quando ele está sozinho ninguém sabe o que faz. Na verdade isto não é importante. O que é importante é que ele se encaixe na rotina da igreja e na expectativa do pastor. O que ele faz em segredo não importa desde que ninguém descubra. Não existe sistema de cobrança.
Quando alguém descobre um pecado, ele desespera, pois perderá o conceito dificilmente conquistado. Ele treme e sua frio, talvez ele possa até chorar. Ele encontra com o pastor a só e confessa tudo. Existem lugares onde ele seria disciplinado em publico, mas de todo jeito, começa ali a estrada de restituir o conceito dos irmãos, conceito qual ele perdeu nesta eventualidade.

Da próxima vez terá mais cuidado, se não para não cometer novamente este pecado, pelo menos para não ser descoberto outra vez. Então o irmão “benção” aprimora a arte de agradar aos homens.

Ele se arrependeu? Valeu o processo de disciplina? As pessoas aqui não estão preocupadas com o tal “benção” e sim com a “igreja”. Digo em correção a isto que para cuidar da igreja, se deve cuidar primeiro dos indivíduos.

Vamos ver de novo (desta vez arrependimento legitimo): Um homem está cheio de pecados; Um dos seus pecados é descoberto; Um irmão ou líder ou pastor o chama atenção a este pecado; O tal desespera, Deus tem visto isto em seu coração! Ele pensa consigo mesmo: ‘Se existe este pecado e eu não percebi, quantos outros pecados poderão existir em meu coração e eu não percebo? Este homem chama alguém de confiança e confessa que descuidou do seu coração, “descobriu-se um pecado em meu coração. Deve haver outros. Vamos orar e conversar e vamos buscar o Senhor”. O Espírito Santo faz uma chamada para santidade em seu coração. Este é levado á um trecho na palavra, tal como este:

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. (Salmos 139)
Ó Deus! Entendo! Devo pedir que o Senhor venha sondar o meu coração. Nem eu mesmo me conheço. Quantas vezes eu devo ter entristecido o Seu Espírito? O homem vê a aparência, mas Deus vê o coração. Isto é verdade. Uma verdade sempre presente.


Como agir sobre esta revelação

Primeiramente devo dizer que qualquer tentativa de alcançar mudança em sua vida sem primeiro buscar isto do Espírito Santo é fútil. O homem não pode mudar a si mesmo. Você não é capaz de transformar a si mesmo. Transformação para o caráter de Deus somente poderá ser causado e efetivamente feito no coração do homem pelo Espírito Santo de Deus. Isto parece ser ruim se você pensa que você terá então que esperar que Deus queira por acaso, um dia, transformar o seu coração. Por outro lado isto te ajuda no sentido que Deus não espera de você a perfeição! Lembra do que escrevi no início aqui? Deus permite que você fracasse. Bom é saber fracassar em direção a Cristo. Se você vai falhar, falha tentando acertar. Não falhe ignorando o chamado de deus para você. A diferença entre as duas opções aqui é, falhar em direção a Cristo você cai para frente. Cai andando para o alvo. Portanto quando você se levantar, estará mais perto do seu alvo. Falhar na ignorância, você cai sentado ou para outra direção e você para mais longe do alvo que é santidade. Peça para o Espírito Santo. Ele irá plantar o que precisa para que em seu coração seja gerada a vida necessária e a palavra germinará mudança.

Com o Espírito Santo, você deve buscar uma atitude de verdadeiro arrependimento. Esta atitude deverá refletir o fato de você não saber o que ocupa todo o seu coração, mas você quer que o que esteja lá seja algo que alegra o coração de Deus. ‘Sonda me Deus. Vê se há em mim um caminho mal’. Normalmente a gente evita olhar por medo de encontrar pecado. Este medo deve ser vencido pelo temor a Deus. Devemos querer procurar e sondar verdadeiramente com intuito de encontrar. Se tiver pecado, eu vou encontrar e eu me arrependo. Neste sentido não é necessário que haja pecado para que haja arrependimento. O coração de arrependimento está condicionado a estar constante humilhado e rendido diante de Deus e predisposto a resolver o que possa surgir do seu coração que venha ofender a santidade de Deus.

Quais passos se deve tomar agora?

Primeiramente você tem que se humilhar, reconhecer o seu estado degenerado. Clamar misericórdia ao Senhor.
“TEM misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. (Salmos 51:1-5)
Então você deve confessar o seu pecado. Você deve pedir que o Senhor possa purificar o seu coração. Que ele possa te dar salvação, e te dê um espírito transformado e reto.

“Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. Então te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o teu altar”. (Salmos 51:7-19)

Porque confessar?

O que a palavra diz?
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
(I João 1:9)


Confessamos os nossos pecados para que Deus nos perdoe. Muitas pessoas têm duvidas de como confessar pecados. A bíblia nós deu uma ordem clara em relação ao que se confessa para quem.

Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.
(Tiago 5:16)

Deve-se confessar os pecados para alguém que irá te ouvir, e orar com você e ministrar o perdão de Deus em sua vida. Muitas pessoas lançam culpa na vida de irmãos porque o mesmo não se levantou publicamente para confessar os seus pecados. A razão pela qual isto é inapropriado (confessar publicamente) é na verdade por duas coisas.

1. a igreja precisa de ser protegida de ouvir coisas que possam causar atitudes e até mesmo ideas criativas de como pecar. Existem pessoas especificas que podem ouvir e saber como ministrar perdão sobre estas situações e estas pessoas estão indicadas neste trecho de Tiago: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” O justo. Sabe por que o justo? Para ser um justo precisa ser justificado, ou seja, purificado “de toda a injustiça”. A vontade de Deus é que desfrutemos uns com os outros, desta graça de perdão e cura em nossos corações.
2. A igreja como congregação não é um júri. É um corpo. Convivemos e vivemos juntos com o intuito de viver a unidade em todas as áreas. A congregação é ajuntada para ensino, instrução e celebração e não para distribuir julgamento sobre indivíduos. Em verdade, distribuir julgamento deve ser totalmente desencorajado. O nosso propósito é edificar o reino.

Temos algumas exceções nisto: não em caso de confissão, mas no caso que alguém recuse a se arrepender de algo visível e danoso a sua vida ou à vida da Igreja, e após o individuo ser repreendido em particular por primeiramente um irmão, e no caso de não receber, um ou dois testemunhos, então a igreja testemunha como congregação que este não se arrependeu. Ainda assim se este então se arrepender, ele deve ser perdoado e ministrado e nutrido à nova saúde e vida.

Outra exceção que tem, é no caso de pecado publico como, por exemplo, o de adultério, (pecado que afeta todas as famílias da igreja) Principalmente pecado de Liderança, e desqualificação de liderança por sua própria conduta, conforme a palavra de Deus. Se alguém pecar contra a congregação, ele deve se arrepender publicamente diante da mesma. Mesmo assim, e recomendável que este tipo de coisa seja feito em reuniões fechadas onde se encontra apenas os fieis da Igreja e as pessoas maduras para poder compreender as escrituras.

Nos outros casos que nem menção tem na palavra eu vejo, em nota pessoal, um padrão de confissão com um simples princípio: Se você pecou contra outra pessoa ou diante das pessoas, conserte o seu pecado diante de alguma pessoa ou algumas pessoas. Se você pecou no coração entre você e Deus, conserte entre você e Deus. Se ao consertar diante de Deus, o inimigo ainda te acusa, chame um irmão que você confia e juntos, cumprindo a palavra de Deus, ore e expõe o pecado ao Senhor. Assim o inimigo não terá nada que te acusar.

Concluindo:


O que perdemos e deve ser restituído em nossas vidas e na igreja é a sensibilidade de reconhecer O que Deus vê, a nos importar com o que Deus pensa, a interessar pelo que Deus vê. É necessário que analisemos junto com o Espírito Santo cada aspecto do nosso coração. È necessário que façamos uma busca para ver o que deixamos para traz, pessoas que ferimos, e deveríamos ter pedido perdão e consertado. Pessoas que nos feriram e nós não os perdoamos. Devemos fazer igual uma noiva que, sabendo da chegada do Seu noivo, revira e ajeita todos os cantos da casa para recebê-lo
Atos 1:8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.